A Dor não tratada torna-se mais complexa no que concerne à sua fisiopatologia, e muitas vezes deixa de ser proporcional ao estímulo que lhe deu origem, aumentando o risco de se tornar refractária com consequências devastadoras, designadamente na funcionalidade e qualidade de vida do doente.
As principais causas de Dor Neuropática Periférica Localizada (DNPL) no doente oncológico e sobrevivente de cancro são a própria doença oncológica (ex: compressão ou infiltração de nervos periféricos), ou consequência da terapêutica tumoral como a cirurgia (dor neuropática pós-cirúrgica), a radioterapia (ex: fibrose rádica), os agentes quimioterapêuticos (ex: compostos de platinium, paclitaxel, alcaloides da vinca, taxanos, bortezomib) e a imunidade comprometida (ex: nevralgia pós herpética).
Dor crónica é uma doença que resulta de um processo transformacional mal adaptativo a nível funcional e estrutural. Caracteriza-se por mecanismos de sensibilização periférica e de sensibilização central com alterações a nível do sistema nervoso central, que poderão em última instância alterar as vias de transmissão de dor.